Drogas. Qual é a sua?


Rodou, rodou, rodou a história de Harty Moises Paese (PDT). Até os paralelepípedos da rua já sabiam que o vereador é viciado em cocaína. Durante o ano foram diversos os afastamentos de Paese da Câmara por motivo de doença. Chegou ao ponto de ter de convocar por duas vezes o seu suplente. Enquanto o vereador tentava engrupir todo mundo dizendo que a sua doença era apenas hepatite C, os boatos corriam solto sobre sua dependência química.


Semana passada veio a público a denúncia de que Paese apresentou atestados médicos falsos à Câmara de Vereadores, justificando ausências a 4 sessões legislativas. Agora será  investigado pela Comissão de Ética do Legislativo. Mais um abacaxi pro Presidente da Câmara, Marcos Daneluz, descascar. 

Os valores referentes às 4 sessões somaram R$ 1.870,97 devolvidos ontem, dia 1º/11 ao erário. E é bem possível e plausível que a falcatrua não tenha sido feita por causa dos valores, mas sim por causa de todo um ciclo vicioso, com o perdão do trocadilho, que as drogas levam o ser humano a se envolver.

O Estado não está conseguindo, desde todo o sempre, resolver o problema social trazido pelas drogas. Pessoas morrem, matam, destroem suas famílias e vidas por causa do vício. Maconha? Não dá nada! Não muda significativamente a vida de ninguém. Mas drogas pesadas como cocaína e crack são um prato cheio pra quem tem pré-disposição ao vício. E sempre, ou quase sempre, estão ligadas ao álcool. 

A mídia e os moralistas de plantão fazem altas críticas ao uso de drogas e coincidentemente esquecem da pior delas: a "mardita". O álcool, droga lícita usada socialmente e abusivamente, faz mais mortes que qualquer outra droga. São mulheres violentadas, acidentes de trânsito, homicídios passionais... fora as doenças causadas pelo uso contínuo de bebidas alcoólicas. E nenhuma Globo faz uma propaganda tipo "Álcool, nem pensar!" É que os "trafi" ainda não podem usar o espaço comercial.

Logicamente não queremos propor a proibição ou restrição do uso de bebidas alcoólicas. Muito antes pelo contrário. Somos livres. E o buraco é mais embaixo. A questão é que a relação das pessoas com as drogas precisa ser reestudada. O que temos hoje não funciona. O vício destrói vidas e é capaz de desvirtuar o caráter de uma pessoa, como o caso de Paese. Um viciado é capaz de tudo para conseguir driblar os obstáculos em seu caminho: mata, rouba, vende a mãe.

A sociedade está doente e precisa de remédios, precisa de prazer. Álcool, pó, maconha, anti-depressivos, sexo, Internet... Qual o seu remédio? 

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