IMPUNIDADE: STF diz que provas obtidas contra ex deputado do PP, pela Operação Rodin, são ilegais

José Otávio Germano (PP), Deputado Federal e ex-secretário de Segurança Pública no governo Rigotto, apontado pela Polícia Federal e pela Procuradoria Geral da República, como o chefe de uma quadrilha que desviou R$ 44 milhões dos cofres do Detran gaúcho, não será julgado. O STF considerou que as provas contra o deputado foram obtidas de maneira ilegal! O STF entendeu que como ele tem foro privilegiado as investigações da Polícia Fedral só poderiam acontecer mediante autorização do tribunal superior.

A Operação Rodin tem 32 réus, entre eles o ex-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto e o ex-reitor da UFSM, Jorge Sarkis. Além disso há indiciados por improbidade administrativa. Entre eles o ex presidente do Tribunal de Contas do RS, João Luiz Vargas, Luiz Fernando Zachia (PMDB) - que foi preso nessa semana em outra operação da Polícia Federal dessa vez por fraude nas licitações ambientais - Delson Martini (PSDB), ex Secretário Geral de Governo de Yeda Crusius (PSDB). Transformando o governo Yeda o mais corrupto da história do RS.

Na denúncia Yeda, seu marido Carlso Crusius, o tesoureiro da sua campanha eleitoral, Rubens Bordini, e sua assessora pessoal, Walna Valarins, foram denunciados pelo Ministério Público Federal. Porém o STJ já concedeu impunidade a eles que foram excluídos da denúncia.

De acordo com a denúncia, a fraude se deu por meio de fundações de apoio ligadas à UFSM, que foram contratadas por dispensa de licitação para o servição de aplicação de exames teóricos e práticos de direção.

José Otávio Germano comemorou a decisão do STF em entrevista a Zero Hora ele falou: "O seis a um foi melhor do que a vitória do Grêmio na Libertadores", para em seguida emendar, "Na vida política, posso não ser candidato a mais nada e também posso ser candidato a governador do Estado".

A decisão do STF também pode respingar nos outros réus. Como quando um indiciado tem foro privilegiado todos os outros teriam, os advogados deles vão tentar acabar com toda a operação e aí todos sairão impunes.

É importante ressaltar que não houve juizo de valores sobre as provas. A decisão do STF disse que elas apenas não poderiam ser obtidas do jeito que foram. Infelizmente em nosso país se você tem dinheiro ou influência, ou os dois, acaba sendo privilegiado pelos sistema. Parece que a panaceia de que o julgamento do "mensalão" iria trazer o fim da impunidade foi apenas isso, panaceia!

Abaixo veja um trecho de uma gravação que não será mais considerada como prova e tirem as suas conclusões:

Antônio Dorneu Maciel X José Otávio Germano - Escuta da PF
Data: 29/10/2007
Hora: 18h19min

José Otávio Germano – alô!

Maciel – tô aqui no escritório!

José Otávio – mas eu tô em casa, irmão, tu mandou..

Maciel – não.. escritório, tu me disse, eu te espero no escritório, Zé Otávio. 'Eu te espero em casa', tu me ligou daqui eu disse não tu me espera aí que até é melhor prá mim.

José Otávio – tá.. entendi mal. Pode ser no.. pode deixar com a Ana Cláudia..

Maciel – quanto que é??

José Otávio - sete um...

(ouve-se som sugestivo de contagem de dinheiro)

Maciel – então ficou um prá trás, depois eu pego..

José Otávio – hããã??

Maciel – veio sete zero...

José Otávio – tá bom.. (incompreensível)

Maciel – deixo com ela aqui.

José Otávio Germano – tá!

Maciel – tá!

José Otávio – quer que eu fale com ela ou não precisa?

Maciel – não, ela sabe o que fazer.

José Otávio – manda ela esperar. Só isso.

Maciel – mando ela esperar.

José Otávio – é....

Maciel – tchau...

José Otávio – meu irmão! Tu pega prá mim o negócio lá, que horas eu tenho que chegar lá?

Maciel – não sei, eu vou prá lá agora. Chego lá e te aviso.

José Otávio – tá! Valeu.

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