Polentinhas: Faça o que eu digo não faça o que eu faço



Em palestra na última segunda feira, o ex-prefeito José Ivo Sartori (PMDB), deu uma demonstração clara do dito popular expresso no nosso título. Ao falar para os acadêmicos de Ciências Políticas, Jornalismo e Relações Internacionais da Faculdade América Latina, o prefeito disse:

"A participação elimina o clientelismo e o fisiologismo"



Ele se referia ao Orçamento Comunitário (OC), que substituiu o Orçamento Participativo criado no governo Pepe Vargas (PT). O prefeito afirmou que com o OC a participação popular continuou no seu governo.  Segundo o ex-prefeito seu processo valorizou o presidentes de associações de moradores, clubes de mães e igrejas, em vez de apenas delegados.

Nada mais enganoso do que isso.

Quem participou de verdade das atividades do OC via uma situação completamente diferente. As atividades eram esvaziadas, sem público e a participação era contada a partir de listas de assinaturas que eram coletadas antes, e depois, das atividades. O OC trocou o contato direto entre as pessoas por um abaixo assinado.

Uma situação exemplifica muito bem o caso. Depois da polêmica em torno da escola de educação infantil do Mariani, foi dito pela coordenação do OC que a creche sairia se houvesse 1.500 assinaturas. Como isso é quase mais do que o bairro todo a "reinvindicação" não fez parte do plano de obras.

Parcelas do próprio movimento comunitário reclamam do OC. Essas lideranças dizem que o processo virou sim fisiologista, que as obras são decididas nos gabinetes e que o Conselho do OC, fiscalizador do processo, nunca reuniu.

Como se vê é fácil falar, é fácil aparecer no jornal, o difícil é contar a verdade.

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