Movimento perde força, fica mais politizado e mídia volta a atacá-lo


Os movimentos que sacudiram o Brasil no mês de junho diminuiram sua presença de rua significativamente. Em contrapartida ficaram mais politizados. Sairam as pautas genéricas e entram as pautas mais diretas. Os setores conservadores que bradavam que "o gigante tinha acordado" voltaram aos seus sofás. Como a mídia não consegue mais ditar a pauta no meio de uma massa despolitizada (como fez com o tema da corrupção, da PEC 37, entre outros), opta por voltar a "bater" no movimento. A edição do Pioneiro de hoje faz exatamente isso ao demonstrar que o movimento, em Caxias, foi "invadido" pelas siglas partidárias.

Nada mais enganoso que a reportagem do Pioneiro. Primeiro que as siglas partidárias sempre estiveram no movimento. No primeiro momento a despolitização e a violência reacionária evitaram uma maior exposição. Entretando o movimento principal sempre teve forte presença de entidades do movimento social organizado. Isso era uma característica que diferenciava Caxias do Sul de Porto Alegre, São Paulo ou Rio de Janeiro, onde a característica de organização era outra.

O ato de sexta-feira, 5, contou com a presença de cerca de 500 pessoas. Foi um público muito inferior se comparado ao primeiro ato que reuniu cerca de 20 mil pessoas (achamos que esse número foi inflacionado pela Brigada), mas muito maior que os que aconteceram antes que reuniram pouco mais de 100 pessoas.

As divisões que acontecem em Caxias do Sul são semelhantes as que estão acontecendo no restante do país, dentro dos grupos que organizavam os protestos. O Polenta News já havia noticiado isso no dia 28 de junho (veja aqui). Mas Caxias tem as suas peculiaridades.

Um dos rachas do movimento seria do grupo Anonymus que tem forte atuação mundial desde o movimento Ocupy Wall Street, acontece que o grupo na nossa cidade parece que não entendeu muito bem o significado de "anônimo" e adora dar entrevista para jornal. Só para comparação a Zero Hora dominical precisou de muito jogo de cintura para entrevistar, anonimamente, um membro do mesmo grupo na capital. Outra peculiaridade desse grupo, que é conhecido por ações ciberativistas que derrubam sites de cartões de crédito e governos do ar, é a reclamação de sua página do Facebook ter sido hackeada!

Também não pode ficar de fora a fala do ex candidato a vereador do PP, Mano Dygo, que reclamou da presença de assessores de vereadores junto ao movimento. Na sua fala, por exemplo, ele não menciona o fato do presidente do seu partido, Guila Sebben, ter distribuído bandeiras do Brasil, financiadas não se sabe por quem, no ato do dia 21 (veja aqui).

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