Eram tão amigos e agora estão brigados

Hoje completam 19 dias da greve dos médicos da prefeitura de Caxias do Sul. São 19 dias desse último período de greve, pois o impasse, entre prefeitura e sindicato médico já vem se arrastando a mais de ano.

Nesse tempo todo faltou atitude do Prefeito Sartori em por um fim à greve. Até agora o Prefeito não se reuniu com os representantes dos médicos, e a comissão por ele designada não tem autoridade para propor nada. Mas esse assunto já está bem batido e todo mundo já sabe.

O que muita gente não lembra e a mídia esquece de avisar, é que o presidente do Sindicato Médico, Marlonei dos Santos e o Prefeito José Ivo Sartori, eram grandes parceiros na oposição ao governo Pepe Vargas. Marlonei, inclusive, promoveu uma tentativa de greve dos médicos conveniados ao IPAM nas vésperas da eleição de 2004. A reivindicação era o aumento do valor pago pela consulta. Na época o IPAM pagava um valor de consulta superior ao da Unimed (que é dos próprios médicos), ou seja, o presidente do sindicato dos médicos usou de politicagem barata para atingir objetivos eleitorais e beneficiar o amigo Sartori.

Hoje os dois estão brigados. Não se falam. Mas a amizade pode ser reatada. Começa a ser ventilada a possibilidade de terceirização e até uma “privatização” da saúde de Caxias do Sul. A ideia de ter uma fundação de direito privado fez os olhos do Marlonei brilharem no escuro, porque esse modelo é geralmente medicocentrado, ou seja, os médicos mandam e o resto da equipe de saúde é o resto.

Com isso ele também poderia conseguir o salário que quiser, mas como os recursos são os mesmo, se aumentar os gastos com salários de médicos vai faltar para outras coisas tipo exames, gases, etc.

Na edição do Pioneiro de quinta-feira, 28/04, o jornal fez um comparativo com Farroupilha que tem a saúde terceirizada. Lá, segundo o jornal há 50 médicos para 12 UBS, uma média de 4,16 médicos por local. Em Caxias tem 200 médicos para 41 UBS, 4,87 médicos por local em média, ou seja, não tem vantagem nenhuma esse modelo.

A questão nunca é a qualidade ou o gasto público. A questão das fundações privadas é tirar o Estado do seu papel. Isso geralmente é defendido por mal administradores que não conseguem resolver problemas como uma greve que já dura 1 ano.

Comentários

  1. Isso aí pessoas. è muito importante participar das conferências de ssaúde em andamento na ciade, bem como da Audiência Pública sobre esta greve, na Câmara as 14 horas,
    Miguel Dallalba

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