Reunião da UAB sobre greve dos médicos decide fazer mais reunião


Apesar da boa presença de público ficou faltando presidente de bairro na Assembleia Geral da UAB. A plenária que reúne justamente os presidentes de bairro de Caxias do Sul contou com um pouco mais de 50 representantes - das mais de 100 pessoas que estiveram na reunião - na última sexta-feira, dia 22. O restante do público era composto pelo Movimento Vivo, diretoria da UAB, vereadores, CCs da Secretaria de Saúde e cidadãos.

A reunião contou com a ausência do presidente do Sindicato Médico de Caxias do Sul, Marlonei dos Santos. Em uma carta que ele enviou à UAB e que foi lida na abertura dos trabalhos, Marlonei justificou a sua ausência dizendo que na última vez em que esteve numa reunião da entidade foi agredido verbalmente e por isso não voltaria mais.

Coube, então, a secretária municipal de saúde, Maria Antoniazzi, expor o quadro do movimento grevista e as ações que a prefeitura vem tendo. A secretária admitiu que o movimento grevista já dura mais de 400 dias em idas e vindas de paralisação. Outro ponto mencionado foi que houve uma disputa para saber quem representaria os médicos na negociação já que Marlonei não aceitava a representação do Sindiserv. Ainda na avaliação da secretaria mesmo com a liminar que obriga os médicos a atenderem com 50% do efetivo nas UBSs e em 100% no Pronto Atendimento, as lotações do último, e dos hospitais, são causadas, além do que já seria esperado na estação, pela diminuição do atendimento preventivo. A aposta da secretaria é na contratação emergencial de médicos que deve começar na próxima semana.

Público dividido

A principal divergência entre as pessoas que falaram era de quem era a responsabilidade por essa questão perdurar por tanto tempo. Enquanto uma parte dos presidente de bairro tentavam atribuir a responsabilidade somente ao Sindicato Médico, outro tanto cobrava a responsabilidade do gestor municipal, ou seja, do Prefeito Sartori. Até a CPMF foi tema de debate quando um presidente de bairro disse que ela tinha sido derrubada por que a oposição queria prejudicar o presidente Lula.

Entretanto houveram falas que exigiam uma mobilização mais enfática da UAB. Chegou-se a propor que quem não fosse atendido numa UBS, ou no Pronto Atendimento, registrasse um Boletim de Ocorrência. Outra informação que causou indignação aos presentes foi quando Tania Menezes citou uma fala do chefe de gabinete do prefeito, Edson Nespolo, de que a prefeitura teria uma contraproposta em “até 3 meses”.

O vereador Renato de Oliveira (PCdoB) disse, inclusive, que a população deve ficar atenta por que pode estar havendo um “coluio” entre o prefeito e o sindicato médico para a constituição de uma fundação de saúde em Caxias do Sul. Na visão do vereador essa situação é muito ruim pois atentaria aos princípios do SUS.

A deputada estadual Marisa Formolo (PT) disse que faltou, por parte do gestor público, habilidade em negociar com o sindicato médico.

Maria Antoniazzi e o velho discurso

Depois de 25 intervenções foi a vez da secretária retomar a palavra. Ao invés de responder os questionamentos, na falta de argumentos, partiu para o ataque. Como houveram inúmeras cobranças ela seguiu a lógica, que já é comum nesse governo, de dizer que tudo é partidarização. A secretária tentou atribuir os problemas na saúde do município aos governos federal e estadual (não lembrando que o estado foi governado por 4 anos pelo Rigotto – PMDB – e pela Yeda –PSDB, aliados do prefeito Sartori). Ela finalizou dizendo que serão instalados relógios ponto nos locais de trabalho e os dias parados serão descontados.

Os encaminhamentos da reunião

Mesmo tendo algumas falas que pediam mais mobilização a posição da UAB foi de cautela. Veja os encaminhamentos:

A primeira ação que será tomada é de uma reunião com o prefeito. Na sua fala Claudio Teixeira, que é da diretoria da UAB, disse que a entidade já reuniu com o prefeito e ele disse que não interviria nessa questão, que já há um grupo de trabalho cuidando disso.

Em segundo lugar é uma visita as cinco maiores unidades básicas de saúde;

Terceiro, uma visita ao Ministério Público;

Quarto a realização de uma audiência pública com a Comissão Estadual de Saúde da Assembleia Legislativa;

Quinto, um ato na frente do Sindicato Médico e da Prefeitura.

Esse calendário foi aprovado, podendo ter a ordem de algum dos itens alterada. Paradoxalmente coube ao ex presidente da UAB e atual presidente da Assembleia Geral pedir, também, por mais ação e menos conversa. Lembrando que ele presidia a entidade até um mês atrás e essa foi a primeira vez, em 1 ano, que a UAB discutiu a greve dos médicos.

*Fonte: Redação com informações do twitter

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