Samae faz politicagem com possibilidade de racionamento
Sartori, Caberlon, Maria Helena, Alceu Barbosa houveram outros momentos críticos que a prefeitura não jogou tanto peso [foto: Luiz Chaves] |
O objetivo todo foi desviar o foco do péssimo trabalho de gestão que o Samae está realizando na barragem do Marrecas. Tirando os passeios, promovidos com centenas de pessoas, sempre com fartos churrascos pagos com dinheiro público. A obra está com problema de licenciamento ambiental e vai custar quase o dobro do orçado inicialmente.
A primeira demonstração de politicagem é a convocação de dezenas de Ccs (Cargos de Confiança) da prefeitura para se fazerem presentes e, por óbvio, para aplaudir o prefeito. O prefeito Sartori, inclusive, fez uma exceção nesse caso, pois, ele não participou de nenhuma audiência pública em Caxias nesses últimos anos. Assuntos como Transporte, Greve dos Médicos, Saneamento, Saúde, entre outros não mereceram a atenção do nosso digníssimo prefeito.
A segunda demonstração foi a tentativa do diretor-presidente do Samae, Marcus Vinicius Caberlon, ao invés de discutir políticas que possam evitar o racionamento, tentou, durante a audiência, colocar a culpa na oposição pelo embargo das obras do Marrecas.
O imbróglio do Marrecas
Diferente do que o Caberlon tentou dizer a obra do Marrecas está embargada por decisão judicial. Três ONGs (Instituto Orbis de Proteção e Conservação da Natureza, Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais INGÁ e União Pela Vida) entraram com um pedido de investigação. Em março desse ano a juíza substituta Clarides Rahmeier, da Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual da Justiça Federal de Porto Alegre, determinou “a nulidade da anuência para supressão vegetal concedida pelo Ibama”. A prefeitura entrou com um recurso, em segunda instância, e em setembro desse ano o TRF da 4ª Região, negou recurso. A prefeitura entrou com novo recurso que deverá ser julgado em janeiro.
As ONGs questionam o fato de que não haveria concordância, do IBAMA, sobre o estudo de alternativa de localização da represa. Elas questionam também que naquela região haverá a derrubada de centenas de auraucárias e de milhares de outras espécies, algumas delas com o corte proíbido, como o xaxim (que teria que ser removido). As licenças ambientais foram obtidas junto a Fepam e, até nesse órgão, haveria questionamento, pois as licenças foram assinadas pelos CCs, indicados pelo governo Yeda, em discordância com os técnicos do órgão.
Pode até faltar chuva, mas sobra disperdício
O problema, que realmente devia ser destacado, ficou em segundo plano. O que fazer para a falta de chuvas nesse período. Segundo o próprio Samae, Caxias perde, antes de chegar em nossas casas, 60% da água tratada. Mesmo com a tão defendida barragem do Marrecas esse problema não se resolverá, pois a água continaurá chegando, ou não, pelo mesmo sistema de abastecimento que já gera esse desperdício todo.
Esse problema não é recente. O que é novo é que a política de troca da rede de abastecimento diminuiu de ritmo, pois todos os esforços e recursos do Samae foram destinados para uma obra, que essa sim, tem fins eleitoreiros.
A cidade passa sim por um momento de seca, mas passou por outros anos também. O que o poder público devia fazer era uma ampla campanha de conscientização e, também, fazer a sua liçaõ de casa para evitar o desperdício. O que nossa cidade não precisa é de um programa de auditório para fazer claque ao prefeito.
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