Adiló seria prefeiturável?

A saída de Adiló Didoménico (PTB) da Codeca para concorrer, inicialmente, a vereador e a ufanista matéria publicada em nosso jornal diário dizendo que a Codeca era a melhor coisa de Caxias, do Brasil e do Mundo, deixou esse escrevinhador com uma pulga atrás da orelha. Qual a real intenção? Há algum tempo nosso único veículo impresso diário vem lançando “balãos de ensaio” para testar, e ampliar artificialmente, possíveis candidatos. Começou com o Corlatti (DEM), depois tentou emplacar o Feldmann (PMDB) como vice do Sartori, não passa um dia que não coloque o Assis Melo (PCdoB) em evidência, sem falar do Alceu Barbosa Velho (PDT) que aparece entregando troféu até de campeonato de par e impar. Em resumo há uma tendência enorme do nosso maior representante do PIG (Partido da Imprensa Golpista) em controlar o debate eleitoral, seja da situação, como da oposição.

Mas a matéria que receberá o prêmio “troféu do exagero” está suscitando dúvidas nos meios políticos. Ontem na Câmara, a vereadora Ana Corso (PT) apresentou um dado que a Codeca teria recebido, entre 2005 a 2010, R$ 9,49 milhões como aporte de capital. Esse valor foi suficiente, e isso a matéria não diz, para saldar os restos a pagar da companhia e chegar com o saldo positivo de hoje. Outra informação que a matéria traz, com muita sutileza, é de que há R$ 13 milhões, em dívidas, para investimentos que terão que ser pagas até 2015.

A Codeca fez investimentos? Claro que fez. Mas alguns não geraram o resultado que se propaga. A coleta seletiva tem um lado muito bom. Como é automatizada evita o contato dos coletores com o lixo e, por conseqüência acidentes, causados por lixo perigoso mal descartado. Por outro lado, os caminhões já trituraram 3 pessoas, que como eram mendigos ninguém foi responsabilizado. A reciclagem também não é uma maravilha. Cerca de 50% do lixo que deveria ir para separação acaba indo para o aterro sanitário, ou por estar sujo, ou porque as reciclagens, que estão sem apoio do poder público, não conseguem da conta.

Outro elemento que passou “de cantinho” na reportagem foi o fato de que dos 1.100 funcionários da Codeca, 244 estão em funções administrativas ou “prestam serviços em outras secretarias municipais”! Como assim? Tem gente em desvio de função da Codeca? Contratado pela empresa em trabalhando em outro lugar? Quem são essas pessoas e o que funções elas exercem. O bom jornalista iria investigar isso.

Por fim não podemos também desmerecer o companhia. A Codeca é um patrimônio construído com recursos do povo de Caxias e deve ser valorizada e preservada, porém ela não pode virar trampolim de político. Acho que a tentativa de catapultar a candidatura de Adiló não terá muito resultado, mas que ele construiu uma rede de possíveis financiadores nesse tempo todo à frente da Codeca, isso ele construiu.

Comentários

  1. Muito boas observações, embora achei que faltou falar que ainda existe coleta seletiva nas periferias e, a propósito, é um caos trabalhar lá. Pergunte para um trabalhador da coleta seletiva dos bairros afastados.

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