Deputado caxiense votou junto com a bancada ruralista

A votação na noite de ontem encerrou o capítulo legislativo do novo Código Florestal. Tramitando por mais de 10 anos e, com muitas idas e vindas, precisou de uma grande pressão, principalmente vinda da "bancada ruralista" para que o projeto entrasse em votação. Na esteira disso veio também uma delapidação do código que protegia muito mais a moto serra do que o meio ambiente.

Perto do que poderia ter sido o texto que saiu da Câmara e foi emendado pelo Senado até que era um Frankestein ajeitadinho, mas aí veio o Relator Deputado Paulo Piau (PMDB-MG) que retirou os poucos avanços que tinham sido conquistados no Senado e, só não fez barbárie maior porque o regimento da Câmara não permitia.

O relatório era tão ruim que a orientação do governo Dilma era votar contra o relatório e pela manutenção do texto do Senado. A bancada ruralista teve mais força e conseguiu aprovar por 274 a 184 o texto do relator. A base do governo teve posições diversas. O PT orientou para votar pelo texto do Senado, o PMDB para o texto do relator, o PCdoB liberou seus deputados.

Dezessete deputados gaúchos, entre eles o caxiense Assis Melo (PCdoB) votaram com a bancada ruralista!

Entre as atrocidades aprovadas estão:
  • Anistia a produtores que desmataram florestas nas proximidades de rios 
  • Liberação das Áreas de Preservação Permanente em topos de morros para exploração. 
  • Áreas ilegalmente desmatadas há mais de uma década, mas hoje com florestas em recuperação serão automaticamente consideradas como produtivas e, assim, poderão ser legalmente desmatadas. 
  • Retirou-se o conceito de área abandonada, prejudicando a possibilidade de reforma agrária, pois já não haverá terras subutilizadas por especuladores, mas apenas áreas “em descanso”.
O texto aprovado beneficia o latifundiário, o desmatador e não beneficia o agricultor familiar em nada. A escolha desse relatório é beneficiar o agronegócio e a especulação. 

Agora a expectativa é que a Presidenta Dilma vete partes do texto e que o veto não seja derrubado pelo Congresso. 

Veja como votou a bancada gaúcha: Aqui votar NÃO significava aprovar o texto do relator. Votar SIM era para manter o texto do Senado.

Marco Maia PT *
Onyx Lorenzoni DEM Não
Assis Melo PCdoB Não
Giovani Cherini PDT Não
Alceu Moreira PMDB Não
Darcísio Perondi PMDB Não
Eliseu Padilha PMDB Não
Osmar Terra PMDB Não
Afonso Hamm PP Não
Jeronimo Goergen PP Não
Renato Molling PP Não
Vilson Covatti PP Não
Luis Carlos Heinze PPP Não
Alexandre Roso PSB Não
Danrlei De Deus Hinterholz PSD Não
Nelson Marchezan Junior PSDB Não
Ronaldo Nogueira PTB Não
Sérgio Moraes PTB Não
Manuela D`ávila PCdoB Sim
Enio Bacci PDT Sim
Vieira da Cunha PDT Sim
José Stédile PSB Sim
Luiz Noé PSB Sim
Bohn Gass PT Sim
Fernando Marroni PT Sim
Henrique Fontana PT Sim
Marcon PT Sim
Paulo Ferreira PT Sim
Paulo Pimenta PT Sim
Ronaldo Zulke PT Sim
* Marco Maia por ser presidente da Câmara só vota em caso de empate

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