Empreiteira Delta contribuiu para a campanha eleitoral do PMDB de Caxias do Sul

Agora a pouco o Senador Pedro Simon (PMDB/RS) subiu a tribuna do Senado para falar sobre a CPI do Cachoeira. Simon que é conhecido por defender a ética do Rio Manpituba para o norte apenas deu declarações desencontradas que refletem, cada dia mais, que ele já devia ter se aposentado.

Simom ataca o ex-presidente Lula por dizer que Carlos Cachoeira é o mesmo do tempo do Lula. Isso é verdade em parte. Ele é o mesmo só que operava com o seu ex-companheiro de bravatas Demóstenes Torres (ex-DEM/GO). Mais incrível é que Simon criticava a CPI que investigou os desvios de R$ 44 milhões do Detran, no governo Yeda (PSDB), talvez por ela ser sua grande "parceira" no Rio Grande do Sul.

Simon chega a citar a emprenteira Delta dizendo:

"A Delta se transformou em pouco tempo na empreiteira campeã de obras do governo. Como isso aconteceu?"
Aí é que o Senador tropeça mais uma vez. Na Zero Hora de ontem a colunista Rosane Oliveira divulgou que a Delta doou, em 2004, R$ 240 mil para as campanhas do PMDB:

R$ 100.000,00 para o PMDB de Porto Alegre que tinha como candidato a prefeito, José Fogaça;
R$ 70.000,00 para o PMDB de Caxias do Sul que concorria com José Ivo Sartori;
R$ 70.000,00 para o PMDB de Santa Maria com Cesar Schirmer.

Com excessão do último, que perdeu as eleições, Sartori e Fogaça foram eleitos. A empreiteira também fez doações ao PT e provavelmente a outros partidos.

Além do mais, para retirar a ideia de que o governo faria uma "operação abafa" na CPI, a presidenta Dilma ordenou que o DNIT publicasse todas os contratos (ativos, encerrados e paralisados) da Delta com o Governo Federal (veja aqui).

PMDB Caxiense e a falsa moral

Acostumado a dizer que é diferente do "PMDB Nacional" a direção local, e a imprensa caxiense, nada falaram sobre a doação para a campanha Sartori por parte da Delta. Se a emprenteira é parte do esquema de corrupção e abastecia os cofres do Cachoeira e seus compadres, as doações para as três principais campanhas do PMDB gaúcho, na época, foram coisas normais?

O PMDB local acostumado a fazer ilações sobre prováveis casos de corrupção no governo federal silencia quando é exposto que recebeu doações de um dos envolvidos no escândalo. Talvez seja preocupação demais com o processo eleitora, talvez seja apenas vergonha.

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