Quem apostar na crise "vai perder de novo"
Na reunião almoço da Câmara de Indústria e Comércio, CIC, seu presidente, Carlos Heinen, resolveu brincar de profeta de apocalipse. Fez, na verdade, seu papel. De apostar contra o Brasil. Ele disse: "Chegou o momento de admitir: estourou a bolha de otimismo e crescimento
que estávamos vivendo. O fundo do poço pode esconder um poço mais
profundo ainda."
A CIC, e as entidades empresariais de um modo geral, disseram a mesma coisa em 2008. Frente a crise que atingia os Estados Unidos, Europa e Japão, esse mesmos "líderes" diziam que o Brasil seria varrido do mapa e que a nossa economia seria arrasada pelo Tsunami econômico. Porém um torneiro mecânico mostrou ao mundo que quem estava errado era a política de "austeridade financeira" e "descontrole do sistema financeiro" dos ditos países desenvolvidos.
Com medidas de fortes investimentos públicos, desonerações fiscais e incentivos ao consumo, as ações do presidente Lula fizeram que o Brasil fosse o último país a entrar na "crise" e o primeiro a sair. Agora a falência das economias europeias, que enfrentam as mesmas politicas que já fracassaram há 4 anos atrás ameaçam novamente nossa economia e a presidenta Dilma já deu o recado: "Quem apostar na crise vai perder de novo".
Outra reclamação recorrente do setor empresarial, repetida também por Heinen, é dos altos impostos cobrados no Brasil. Porém essa tese é cada vez menos factual, uma vez que os impostos no Brasil não são os mais altos no mundo como costuma-se a dizer.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, IBPT, apresentada em janeiro desse ano, mostra o Brasil em 15º lugar entre os 30 países que tem a maior carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto, PIB. Veja tabela abaixo:
É verdade, no entanto que há algumas distorções no sistema tributário brasileiro. Uma delas é que se cobra muito imposto da produção, isso o Heinen tem razão, mas pouco imposto sobre a renda. Agora digam-nos vocês, quem topa propor aumento de impostos para os mais ricos?
Outra questão é que, muitas vezes, os impostos são mal aplicados. Na mesma pesquisa da IBPT o Brasil ocupa o 30º lugar na relação entre carga tributária e Índice de Desenvolvimento Humano, IDH. Isso nada mais é do que consequência de termos vividos num país, que por muito tempo, achou que políticas sociais eram coisas desnecessárias e que a iniciativa privada podia tudo e fazia tudo melhor.
As crises de 2008 e 2011 mostram que não. Foi o "Deus Mercado" que derrubou a economia mundial e que continua a fazer isso ao redor do mundo. A não regulamentação do capital financeiro e o lucro fácil das empresas fora da produção de bens de consumo é que levou o mundo para o buraco duas vezes.
Outro problema de nosso sistema tributário são as altas evasões fiscais. Segundo o Sonegômetro, criado pelo Instituto Brasileira de Ética Concorrencial, ETCO, desde primeiro de janeiro já foram sonegados mais de R$ 362 bilhões (acompanhe aqui) em sonegação de impostos, evasão fiscal, informalidade e outros desvios. O valor é suficiente para construir 16 milhões de casas populares.
Portanto o presidente da CIC pode ficar tranquilo que não há bolha para estourar. Os empresários devem é ir para suas empresas e fazer como seus funcionários: Trabalhar.
A CIC, e as entidades empresariais de um modo geral, disseram a mesma coisa em 2008. Frente a crise que atingia os Estados Unidos, Europa e Japão, esse mesmos "líderes" diziam que o Brasil seria varrido do mapa e que a nossa economia seria arrasada pelo Tsunami econômico. Porém um torneiro mecânico mostrou ao mundo que quem estava errado era a política de "austeridade financeira" e "descontrole do sistema financeiro" dos ditos países desenvolvidos.
Com medidas de fortes investimentos públicos, desonerações fiscais e incentivos ao consumo, as ações do presidente Lula fizeram que o Brasil fosse o último país a entrar na "crise" e o primeiro a sair. Agora a falência das economias europeias, que enfrentam as mesmas politicas que já fracassaram há 4 anos atrás ameaçam novamente nossa economia e a presidenta Dilma já deu o recado: "Quem apostar na crise vai perder de novo".
Outra reclamação recorrente do setor empresarial, repetida também por Heinen, é dos altos impostos cobrados no Brasil. Porém essa tese é cada vez menos factual, uma vez que os impostos no Brasil não são os mais altos no mundo como costuma-se a dizer.
Uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, IBPT, apresentada em janeiro desse ano, mostra o Brasil em 15º lugar entre os 30 países que tem a maior carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto, PIB. Veja tabela abaixo:
Suécia | 44,08% |
Dinamarca | 44,06% |
Bélgica | 43,80% |
França | 43,15% |
Itália | 43,00% |
Noruega | 42,80% |
Finlândia | 42,10% |
Áustria | 42,00% |
Hungria | 38,25% |
Eslovênia | 37,70% |
Alemanha | 36,70% |
Luxemburgo | 36,70% |
Islândia | 36,30% |
Reino Unido | 36,00% |
Brasil | 35,13% |
República Tcheca | 34,90% |
Israel | 32,40% |
Espanha | 31,70% |
Nova Zelândia | 31,30% |
Canadá | 31,00% |
Grécai | 30,00% |
Suiça | 29,80% |
Argentina | 29,00% |
Eslováquia | 28,40% |
Irlanda | 28,00% |
Uruguai | 27,18% |
Japão | 26,90% |
Austrália | 25,90% |
Coréia do Sul | 25,10% |
Estados Unidos | 24,80% |
É verdade, no entanto que há algumas distorções no sistema tributário brasileiro. Uma delas é que se cobra muito imposto da produção, isso o Heinen tem razão, mas pouco imposto sobre a renda. Agora digam-nos vocês, quem topa propor aumento de impostos para os mais ricos?
Outra questão é que, muitas vezes, os impostos são mal aplicados. Na mesma pesquisa da IBPT o Brasil ocupa o 30º lugar na relação entre carga tributária e Índice de Desenvolvimento Humano, IDH. Isso nada mais é do que consequência de termos vividos num país, que por muito tempo, achou que políticas sociais eram coisas desnecessárias e que a iniciativa privada podia tudo e fazia tudo melhor.
As crises de 2008 e 2011 mostram que não. Foi o "Deus Mercado" que derrubou a economia mundial e que continua a fazer isso ao redor do mundo. A não regulamentação do capital financeiro e o lucro fácil das empresas fora da produção de bens de consumo é que levou o mundo para o buraco duas vezes.
Outro problema de nosso sistema tributário são as altas evasões fiscais. Segundo o Sonegômetro, criado pelo Instituto Brasileira de Ética Concorrencial, ETCO, desde primeiro de janeiro já foram sonegados mais de R$ 362 bilhões (acompanhe aqui) em sonegação de impostos, evasão fiscal, informalidade e outros desvios. O valor é suficiente para construir 16 milhões de casas populares.
Portanto o presidente da CIC pode ficar tranquilo que não há bolha para estourar. Os empresários devem é ir para suas empresas e fazer como seus funcionários: Trabalhar.
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