Com dinheiro público, Perondi e Onyx pagavam salários a barbeiro e zelador


Uma denúncia da TV Globo, feita pelo repórter Giovani Grizotti, mostrou que os deputados federais gaúchos Darcísio Perondi (PMDB) e Onyx Lorenzoni (DEM), empregam funcionários fantasmas em seus gabinetes em Brasília.

 O caso de Perondi é o mais escandaloso. Desde 2004, o deputado do PMDB paga salário de assessor parlamentar a Elio Stiegemeier. Procurado pela reportagem, Elio admitiu que há mais de 20 anos trabalha, de segunda a sábado, numa... barbearia em Panambi.

O outro caso flagrado pela reportagem da Globo é o de Paulo Ricardo Borges Júnior. Para efeitos legais (e salariais) ele está lotado no gabinete do deputado Onyx Lorenzoni (DEM), porém, conta para as câmeras que sua função é uma espécie de zeladoria do diretório do partido no município de Sapucaia do Sul. Ou seja, nem Elio, nem Paulo, trabalham nos mandatos de Perondi e Onyx, mas seus salários são pagos com dinheiro público, pela Câmara dos Deputados.

A justificativa de Onyx, que na Câmara quer ser um novo Demóstenes, é risível. Ele diz que com 22 assessores não pode saber o que cada um faz. Como não deputado? Quer dizer que o senhor não sabe o que seus colaboradores mais próximos fazem? O que mais acontece que o senhor não sabe?

Outro caso escandaloso é o da bancada do PDT onde um advogado e outra assessora trabalham na sede do partido. Para não dar explicações a assessora da bancada pedetista, Hilda Mara Cidade, tentou fugir pela janela.

Além da reportagem da TV
Não mostrada nessa reportagem da TV a RBS divulgou mais dois casos de funcionários fantasmas.  Em Maquiné, no Litoral Norte. Cargo de confiança do deputado estadual Paulo Azeredo (PDT), José Cláudio Goldani foi encontrado trabalhando na rodoviária do distrito de Morro Alto. Sem saber que estava sendo gravado, o funcionário disse ficar na estação diariamente, das 6h às 21h.

Ainda em Maquiné, a dona de um mercado também era funcionária da Assembleia, sem saber disso. À reportagem, em julho, Sarajane Dalpiaz disse que está sempre no mercado. Na mesma época, porém, Sarajane constava como CC da Superintendência de Comunicação do Legislativo.

Paulo Azeredo já tinha uma funcionária flagrada passeando com o cachorrinho em pleno horário de trabalho. Com isso o seu gabinete mais parece uma casa mal assombrada.

O Polenta News já havia levantado o questionamento sobre assessores da Assembleia exercendo outras atividades. Em matéria publicada em julho desse ano, alertavamos sobre o fato de Paulo Sausen, diretor da TV Caxias canal 14, e Jô Arse, presidente da 25º Região Tradicionalista, são assessores de Alceu Barbosa Velho (PDT) e, mantém atividades paralelas de grande relevância.

Comentários

  1. A reportagem veiculada hoje pela manhã (14) no programa Bom dia Brasil, em que sou citado, apresenta minha fala de forma editada e fora do contexto original, abrindo margem para diferentes interpretações sobre o fato.

    Veja abaixo e entrevista degravada na íntegra e o documento de exoneração do funcionário referido.

    O repórter Giovani Grizotti, ao pedir entrevista, me informou as 9h30 da manhã (13) que havia flagrado um funcionário meu prestando serviços em comitê eleitoral de uma cidade da região metropolitana, 5 minutos depois já havia sido iniciado o processo de demissão do referido funcionário.

    Todos os meus assessores foram e estão orientados de que há vedação a prestar qualquer tipo de trabalho em comitê eleitoral de candidato a vereador ou prefeito durante horário de expediente.

    Segue a gravação completa da entrevista concedida a Giovani Grizotti em que reitero minha convicção de fazer política com seriedade e dignidade.

    Não passo a mão na cabeça de ninguém, nem de deputado, senador ou governador, e não o faria com funcionário de minha equipe.

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  2. Degravação completa da entrevista concedida a Giovani Grizotti

    Repórter: Deputado Onyx como o Sr. reagiu a essa informação de que o seu assessor estava atuando no Diretório em horário de serviço lá em Sapucaia?

    Onyx: Reagi com tristeza e me incomodei muito, por uma razão objetiva.
    Todos os nossos funcionários estão informados de que durante o período de trabalho, não pode haver nenhuma participação em comitê político ou qualquer coisa referente ao processo eleitoral. Fora do horário de expediente, depois das 18h01min. ou nos finais de semana, as pessoas são livres para fazer o que quiserem. Agora durante o horário de trabalho, NÃO PODE! E fruto desta circunstância, eu que nunca passei a mão na cabeça de ninguém, nenhum governador, senador em qualquer dos episódios que envolveram o Democratas, não vou passar a mão em cima da cabeça de ninguém, ainda mais dentro da minha casa. Acabei de assinar a exoneração do rapaz!

    Repórter: O Sr. não tinha conhecimento disso?

    Onyx: Não tinha conhecimento disso, pois Grizotti, são vinte e dois funcionários que eu tenho no estado, uma parte que está aqui e uma parte que está no interior do Rio Grande do Sul. Alguns deles inclusive estão aqui e vão fazer reunião comigo e me relatam as ações que são feitas nas mais variadas regiões do Rio Grande do Sul, então não tem como a gente controlar, na vírgula, o que as pessoas fazem. Então um trabalho como o que tu fez, me ajuda a fazer com que eu faça política com seriedade e dignidade.

    Link do YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=lz86KnJriiA

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  3. Jornalismo barato e desinformado, muito mais que isso, de índole vil e torpe, trazendo como notícia uma MENTIRA!!!

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  4. Reiteramos a reportagem e, apesar do que o deputado Onyx Lorenzoni, publicou nos comentários acima não podemos aceitar que seja justificativa, "não tem como a gente controlar".

    O deputado cobra, diariamente, que sempre deva haver controle de tudo então não pode de isentar disso.

    Obviamente a parte mais frágil da relação, o assessor, arcou com o ônus de ter sido flagrado. Perguntamos se os valores que foram pagos por serviço não prestado serão devolvidos aos cofres públicos?

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  5. O deputado, no entanto, confrontou, de forma veemente, o Presidente da PETROBRAS, em oitiva na Câmara Federal, quando o Gabrielli, então presidente da estatal que conta com mais de 70 mil empregados diretos, afirmou não ser possível saber o fazem os empregados da estatal por ele presidida na época! E ele, o nosso sério e digno deputado, que não dá conta de 22, isso mesmo, dois patinhos na lagoa... Patinhos pagos por nós, claro!

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