Veja sugere que Jeferson deva ser perdoado

Publicado originalmente no blog Brasil 247

“Ele merece perdão?” Esse é o título de uma reportagem da revista neste fim de semana, na qual o presidente do PTB é tratado como um pobre coitado. Além de ter colaborado com a Justiça, ele se recupera de um câncer. “Meu estômago grita, tenho cólicas”, diz ele. Há até um ministro do STF defendendo a clemência; será que ele escapa do juízo final?

Neste fim de semana, a revista Veja, que não apresentou fitas sobre a suposta entrevista de Marcos Valério, deflagrou um novo movimento. Trata-se do pedido de perdão a Roberto Jefferson, presidente do PTB que, em 2005, denunciou o chamado mensalão, em duas entrevistas concedidas à Folha de S. Paulo.

Para embasar seu pedido de clemência, Veja se ampara em dois argumentos. Um de natureza jurídica, outro humanitário. O primeiro diz respeito ao fato de Jefferson ter sido o delator do esquema. “A lei permite [o perdão] e é um caso que pode, inclusive, ter efeito pedagógico”, diz um ministro do Supremo Tribunal Federal, supostamente ouvido em off pela revista. O segundo argumento diz respeito ao câncer do qual o político ainda se recupera. “Tirei quatro quintos do estômago, 1.5 metro de intestino delgado, um quarto do fígado e metade do pâncreas. Tomei 500 pontos. Preciso comer, mas, se como um pouco mais, meu estômago grita. Tenho cólicas”, disse Jefferson a Veja.

O perdão judicial poderia eliminar totalmente a eventual pena de Roberto Jefferson (já condenado pelo relator Joaquim Barbosa por corrupção e lavagem de dinheiro) ou reduzi-la em dois terços. Como presidente do PTB, ele recebeu R$ 4 milhões num acordo relacionado às eleições municipais de 2004, mas queria R$ 20 milhões. Segundo Jefferson, no caso do PTB eram recursos para dívidas de campanha ou para campanhas futuras – mas, ao contrário do seu partido, segundo ele afirma, todas as demais siglas embarcaram no chamado “mensalão” (o que ele depois disse ter sido apenas uma construção retórica).

Será que Jefferson escapa?

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