Roberto Gurgel, o procurador midiático

Estratégia, coincidência ou vaidade? O certo é que todo o grande caso nas mãos do procurador geral da República, Roberto Gurgel, primeiro brilha nas manchetes da mídia, depois rola no rigor do Judiciário, e durante todo o tempo promove o próprio investigador a xerife dos bons costumes no Brasil; no caso Renan, a estratégia não deu certo

Fonte: Brasil 247

Uma dúvida assalta os que acompanham o modo de agir do procurador geral da República, Roberto Gurgel. Ele não vê relação entre o envio de casos, pela Procuradoria, ao Supremo Tribunal Federal, sempre no exato momento em que o assunto em pauta faz parte dos apetites da mídia. Muitos observadores, porém, apontam que não há nada de coincidência entre o timmig do desengavetamento de processos, como o que se abate, agora, sobre o novo presidente do Senado, Renan Calheiros, e o momento político mais propício para o barulho e a repercussão.

Investigado desde 2007, Renan só teve seu processo consolidado e enviado ao Supremo uma semana antes da eleição para a presidência da Casa. Foram quase seis anos de gaveta, para uma reentrada trinfual na cena política. Aliados do peemedebista como o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) não economizaram nas críticas e dispararam ofensas pessoais à Gurgel, chamando-o de "prevaricador" e "chantagista". Os ataques ainda estão sem resposta.

Outro episódio que colocou o nome do PGR nas rodas de bares foi o pedido de prisão contra os condenados pelo processo do mensalão no encerramento do ano judiciário. Assim, a análise iria ficar a cargo apenas do presidente do STF, Joaquim Barbosa, à frente do plantão, e não seria debatido em plenário como se esperaria de um processo que movimentou o noticiário brasileiro por meses.

Mas a principal delas, com certeza, foi a notícia de que Roberto Gurgel já tinha conhecimento do envolvimento do ex-senador Demóstenes Torres com o crime organizado e a turma do bicheiro Carlinhos Cachoeira desde a Operação Las Vegas da Polícia Federal. Porém não formalizou nenhuma denúncia à justiça. Esse foi o combustível que movimentou por meses os jornais, com as sucessivas tentativas de parlamentares em levar o procurador geral da república para depor na CPMI do Cachoeira.

Seja como for, no caso Renan, sua estratégia não funcionou.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lei de Responsabilidade Fiscal, de Sartori, paralizará o Estado

Caso Paese já virou piada. Juiza ignora, agora, até a Ficha Limpa

Gravações do MP mostram que Jardel negociou 10 cargos para votar favorável ao aumento do ICMS