Humor como ferramenta de desinformação

A charge acima, do Marco Aurélio, publicada na edição de hoje do jornal Zero Hora mostra como o humor é uma potente arma para a propagação de desinformação e preconceitos. Em apenas uma imagem o cartunista, que não é levado a sério nem pelos seus pares, demonstra o preconceito aos médicos estrangeiros que serão contratados pelo Sistema Único de Saúde, SUS, e a lei que prevê a distribuição de maconha aos usuários da droga no Uruguai.

Desmontando a farsa "humorística".


Primeiro ponto da farsa é o fato do "médico" uruguaio falando espanhol. A contratação dos médicos estrangeiros prevê que eles façam uma prova de proficiência em língua portuguesa. Prova semelhante todos os brasileiros fazem para estudar no exterior. O profissional terá sim, e é inevitável, sotaque, mas quem não tem? Isso não quer dizer que ele vá falar uma língua estranha aos pacientes.

A segunda inverdade é o fato de que uma pessoa poderia ir para Montevidéu e comprar "40 gramas de marihuana" (maconha). As 40 gramas são o teto máximo que será disponibilizado a usuários registrados e que são cidadãos uruguaios. Ou seja, um brasileiro, não poderá ir para o Uruguai e comprar maconha. Se fizer isso será enquadrado nas leis de tráfico que não foram abolidas. A medida do governo vizinho, que as pessoas podem  até discordar, visa afastar o usuário do traficante fornecendo diretamente o produto pelo governo.

Marco Aurélio não é o único chargista a usar esses subterfúgios de desinformação. O discurso fácil, a exposição midiática e o uso escancarado do senso comum são bastante utilizados pelo seu colega de profissão o caxiense Iotti que tem mania de reciclar charges destilando ódio aos movimentos sociais (veja aqui).

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