Carrocentrismo: A Caxias que nos envergonha

O prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) apresentou um plano de investimentos que visa priorizar o transporte público, os pedestres e os ciclistas, na área central de Caxias do Sul. O plano conta com a troncalização do transporte público, com a construção de estações de transbordo, com um corredor duplo, exclusivo para ônibus, na Sinimbú, a proibição de conversão a direita na Sinimbu, Pinheiro Machado e Moreira Cesar entre outras mudanças. Tudo isso, na verdade, está sendo implementado com 9 anos de atraso, já que estava planejado, mais ou menos nesses termos no governo Pepe Vargas (PT). Seu sucessor, José Ivo Sartori (PMDB) que tomou um caminho diferente e resolveu privilegiar o automóvel no centro da cidade. Alceu está prestes a romper esse paradigma e já enfrenta a irá do que acham o automóvel parte integrante de seu corpo.

Veja algumas opiniões que nos envergonham enquanto caxienses:

Isso é uma palhaçada, querem priorizar uma empresa e não uma forma de transporte. Antes de começar a priorizar um meio de transporte/empresa, deveriam exigir que a mesma ofereça um serviço satisfatório. E também deveriam oferecer outra opção de transporte coletivo para que o cidadão possa escolher como se locomover. Hoje, ele tem duas opções, usar seu automóvel para poder se locomover com dignidade ou aceitar um serviço de transporte coletivo de péssima qualidade e com preços abusivos. Se você pudesse escolher, qual seria sua escolha? (Samuel Oldra)
Um grande mito é achar que mais de uma empresa de transporte público significa concorrência. As linhas são divididas no momento da concessão e os valores das passagens são definidos para todas as empresas. Só quem mora próximos as ruas principais de trafego de ônibus é que poderia escolher entre uma ou outra empresa. Moradores de bairros vão ter somente uma empresa. Mas cabe sim, ao gestor municipal garantir que a qualidade do serviço seja boa. Não estaria na hora de investir numa empresa pública de transporte?

Todos são cidadãos, todos têm direitos iguais e todos pagam impostos. Quem acha que carros não devem ter preferência é porque não tem carro e tem inveja daqueles que possuem veículo. Se colocar faixa dupla para ônibus, vai aumentar os atropelamentos de pedestres. Muitos atropelamentos são causados por ônibus, na cidade. (Marcos Rech)
Isso nos lembrou, na hora, o Rei do Camarote. Quem fala mal de mim é porque tem inveja. Lamentável.
 Para a prefeitura só interessa o imposto dos automóveis. Como fica o trânsito para as pessoas que precisam ir aos consultórios médicos. Outra coisa: se a preocupação são os pedestres, analisem a situação desses no Centro. Vejam a dificuldade para atravessar a Marechal Floriano com a Júlio. Temos que atravessar correndo, para não sermos atropelados. Vão se preocupar com outras coisas: segurança, falta de água em quase todos os bairros. (Antonio Fernandes)
Sempre tem alguém que fala de imposto, mas não consegue sustentar a ideia duas frases seguidas. As sinaleiras sim tem tempo curto para o pedestre, por quê? Porque precisam deixar os carros andar. É por isso que é difícil atravessar a Marechal Floriano, Antonio.
 Pedestre, ciclista e usuários de coletivos só justificarão uma preferência no trânsito da cidade quando passarem a pagar IPVA. Este imposto é recolhido dos usuários de automóveis e tem a finalidade de manutenção de vias públicas. Logo, a prioridade obviamente deve ser destinada a estes. O problema da mobilidade não deve ser lançado sobre os ombros de uma parte da população, muito menos sobre a parte que sustenta o sistema. (Andre Silva)
Mais um que fala de impostos. O Andre não sabe que o IPVA é um imposto sem vinculação de uso, ou seja, a lei que o criou não diz em que ele deva ser usado. O problema da mobilidade é de todo mundo. Não tem como derrubar todos os prédios do centro da cidade para alargar as ruas. Pela lógica dele tirariamos as calçadas assim ele teria companhia, ao lado, na rua engarrafada.

Sou contra, pois não temos estrutura para que isso aconteça, não temos ônibus para atender a esta demanda, por exemplo no meu bairro São Vergílio o ônibus passa de meia em meia hora, imaginem sou Agente Comercial, marco com um cliente lá no Bairro Cidade nova, quanto tempo antes tenho que sair de casa, isso é utopia, projeto para inglês ver, como tudo no Brasil, pensamento e impostos de primeiro serviços e ações de quinto mundo. (Alexandre Santos) 
Sempre pensando no seu umbigo, né amigo.

No Mural do Pioneiro, onde esses trechos foram retirados, há muito mais declarações de contrariedade ao projeto do que de concordância. Isso demonstra o mau que a política de exacerbação do individualismo e da ganância causaram em nossa sociedade.  Hoje, no centro da cidade, nos horários de pico, se chega mais rápido à pé do que de ônibus ou de carro. O centro de Caxias está virando um contínuo engarrafamento. Já era hora da prefeitura começar a medir os quilômetros de lentidão a exemplo de São Paulo e outras cidades.

Além dessas medidas propostas ainda é importante descentralizar os serviços públicos para que a população não precise acessar, obrigatoriamente, o centro da cidade. 

Comentários

  1. Eu atravesso o centro muito mais rápido a pé do que de ônibus. Nem vou mais de carro ao centro, prefiro ir a pé!!!

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