Candidatura de Olívio Dutra ao Senado chacoalha o cenário eleitoral

A possibilidade, que ainda não está confirmada, de que o ex-governador Olívio Dutra (PT) concorra a uma vaga ao Senado já causa alvoroço nos meios políticos.

A confirmação da candidatura de Olívio precisa passar por um rearranjo da chapa majoritária que terá o atual governador, Tarso Genro (PT), como candidato a reeleição. Inicialmente o PTB indicaria do vice de Tarso e o PCdoB ocuparia a vaga do Senado, com Emília Fernandes, que já foi Senadora e Deputada Federal.

Há menos de um mês começou a circular a proposta da candidatura de Olívio. Principalmente após a pesquisa Ibope que mostrava franca vantagem de ex jornalista da RBS, Lasier Martins (PDT). Em abril Lasier tinha de 38% a 43% (veja aqui). Emília aparecia com 10% ou 13%, dependendo o cenário.

Outro fator que estaria colaborando para os defensores da candidatura Olívio é a indefinição do PTB na indicação do vice. O nome mais forte era do deputado Luis Augusto Lara. Porém o risco do PTB perder bancada estaria fazendo com que o deputado não quisesse compor a chapa majoritária. O próximo nome da lista, a ex-prefeita Kelly Moraes. Entretanto ela enfrenta uma rejeição de contas de seu mandato.

Esses dois fatores poderiam provocar a mudança necessária para que a candidatura de Olívio se concretizasse. Um dos movimentos possíveis é que Emília concorra como vice governadora e o PTB indique o suplente do Senado. Uma possibilidade de apoio do PT a candidatura de Manuela D'Avila à prefeita de Porto Alegre, em 2016, também foi posta na mesa.

A candidatura de Olívio teria força suficiente para chacoalhar o cenário. Com seu prestígio pessoal, somado ao potencial de votos do PT, uma pesquisa eleitoral que fosse feita hoje mostraria o petista com percentuais entre 20% e 30%.

São índices suficientemente altos para causar desconforto em Lasier Martins e em Beto Albuquerque (PSB). Beto, inclusive, tinha a esperança de receber votos de quem não suportaria ver Lasier no Senado, por conta de seus anos de ataque aos movimentos sociais, mas não acreditava que a candidatura de Emília pudesse decolar.

Agora é Beto que fica numa situação delicada. Com pouca estrutura partidária o PSB dependerá muito do PMDB para que a candidatura não naufrague. Será que os peemedebistas irão se esforçar para conseguirem votos para o socialista?

Lasier, que era a esperança de Vieira da Cunha, candidato do PDT ao governo do estado, para alavancar a sua candidatura pode ver sua candidatura estagnar. Os esforços de Lasier seriam muito mais para garantir sua eleição do que para ajudar seu colega de partido.

Ainda não é certa a candidatura de Olívio. Faltam as confirmações. Mas em política sempre onde há fumaça, há fogo. A menos que alguém jogue água.

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