Câmara de Vereadores aprova moção de repúdio as declarações de Bolsonaro
Uma moção de repúdio a manifestações do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) consideradas preconceituosas, racistas e de caráter homofóbico foi aprovada pelos vereadores caxienses, na sessão ordinária desta quinta-feira (11/12). Assinado pelos parlamentares Jaison Barbosa/PDT, Denise Pessôa/PT e Virgili Costa/PDT, o texto (moção 45/2014) repercutiu em plenário e recebeu o voto da maioria dos parlamentares (12 x 6).
No texto, os autores justificam o motivo de protocolarem a moção apresentando diversas considerações. Entre as quais, o fato de "as afirmações preconceituosas, racistas e de caráter homofóbico de parte do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) serem recorrentes".
A moção observa que as últimas manifestações ocorreram contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que tratava sobre a Comissão da Verdade e os crimes cometidos durante a ditadura e em razão da passagem do Dia Internacional dos Direitos Humanos. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) teria reagido, nesta semana, dizendo que ele só não estupra a parlamentar porque ela "não merece". Ele repetiu ofensa dirigida à mesma deputada em 2003, quando os dois discutiram em um corredor da Câmara. Em seu discurso, Maria do Rosário, que foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos, chamou a ditadura militar no Brasil (1964-1985) de "vergonha absoluta".
Na moção, os autores também ressaltam o histórico de ofensas do referido deputado contra a comunidade LGTB, pontuando, ainda, que o discurso de Bolsonaro agrediria mulheres diariamente e que as expressões utilizadas pelo parlamentar promoveriam a violência, ofendendo a cidadania e demonstrando simpatia a ditaduras. Outra observação dos autores recorda que o estupro foi uma forma recorrente de tortura utilizada contra as prisioneiras durante a ditadura militar.
Além dos próprios autores, se mostraram favoráveis à moção os parlamentares Arlindo Bandeira/PP, Edson da Rosa/PMDB, Felipe Gremelmaier/PMDB, Henrique da Silva/PCdoB, Kiko Girardi/PT, Rafael Bueno/PCdoB, Raimundo Bampi/PSB e Rodrigo Beltrão/PT.
Bueno apresentou números de estupros no Brasil. Nos últimos tempos, o total de mulheres vítimas desse crime, conforme o parlamentar, girou em torno de 50 mil/ano. No entendimento do vereador comunista, o deputado Bolsonaro fala muitas bobagens e presta um desserviço à população. Henrique Silva/PCdoB sugeriu que quem considera Bolsonaro certo deveria mandar flores ao deputado. No entendimento de Beltrão, quem votar contra a moção estará concordando com os posicionamentos de Bolsonaro. Gremelmaier e Bampi defenderam a moção, no entanto, acreditam que tanto Bolsonaro quanto Maria do Rosário não agiram adequadamente.
Na opinião do vereador Edson da Rosa/PMDB, a moção poderá fazer Bolsonaro repensar seus posicionamentos e palavras. "Como políticos, somos sim formadores de opinião", atentou o peemedebista.
Um dos autores da moção, Jaison Barbosa/PDT também alertou para a necessidade de saber o que falar nos espaços públicos, tendo em vista o respeito à democracia, considerada preciosa pelo pedetista. Conforme Jaison, o propósito da moção é despertar a reflexão. Também autora do texto, a vereadora Denise Pessôa/PT mostrou-se indignada com o fato de a Câmara Federal não se manifestar em contrariedade às posturas de Bolsonaro. "O lamentável é que a Comissão de Ética não faz nada. A maioria compõe um Parlamento machista que passa mão em falas como as de Bolsonaro. Cada vez que se tolera, vêm falas piores. Conviver com isso não é humano. Não podemos tolerar uma fala dessas de que uma deputada merece ou não ser estuprada. Ele é um representante público, eleito pela população e esse tipo de fala não colabora para paz no Brasil e viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos", acusou Denise.
Outro autor da moção, o parlamentar Virgili Costa/PDT classifica como assustador o debate de hoje no Legislativo caxiense a respeito das posições de Bolsonaro. O pedetista considera o deputado um louco. "Estão tentando argumentar na defesa de um louco. Como defender um louco? Eu temo quando assisto a isso. Eu temo por um país com um deputado assim. Ele teve coragem de dizer que a tortura eficaz é uma arte. Poupe-nos disso", pediu Virgili Costa.
A proposição teve manifestação contrária do vereador Flávio Dias (PTB) que chegou a dizer ""Ele fala a verdade, doa a quem doer". Outro vereador que se posicionou contrário foi Guila Sebben (PP). O progressista informou que as discussões entre Bolsonaro e Maria do Rosário vêm de anos, desde um debate sobre a redução da maioridade penal. O que dá para entender da fala do vereador é que parece que são duas crianças, do ensino fundamental, que ficam se "inticando". Lamentável.
Veja abaixo como foi a votação de cada vereador:
ARLINDO BANDEIRA (PP) Sim
CLAIR DE LIMA GIRARDI (PT) Sim
DANIEL ANTONIO GUERRA (PRB) Não
DENISE DA SILVA PESSÔA (PT) Sim
EDI CARLOS PEREIRA DE SOUZA (PSB) Sim
EDSON DA ROSA (PMDB) Sim
FELIPE GREMELMAIER (PMDB) Sim
FLÁVIO GUIDO CASSINA (PTB) Não Votou
FLÁVIO SOARES DIAS (PTB) Não
GUILHERME GUILA SEBBEN (PP) Não
GUSTAVO LUIS TOIGO (PDT) Presidente
HENRIQUE SILVA (PCdoB) Sim
JAISON BARBOSA (PDT) Sim
JOÃO CARLOS VIRGILI COSTA (PDT) Sim
MAURO PEREIRA (PMDB) Não
NERI ANDRADE PEREIRA JUNIOR (SD) Não
PEDRO JUSTINO INCERTI (PDT) Não Votou
RAFAEL BUENO (PCdoB) Sim
RAIMUNDO BAMPI (PSB) Sim
RENATO DE OLIVEIRA NUNES (PRB) Não
RODRIGO MOREIRA BELTRÃO (PT) Sim
WASHINGTON STECANELA CERQUEIRA (PDT) Ausente
ZORAIDO DA SILVA (PTB) Não Votou
No texto, os autores justificam o motivo de protocolarem a moção apresentando diversas considerações. Entre as quais, o fato de "as afirmações preconceituosas, racistas e de caráter homofóbico de parte do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) serem recorrentes".
A moção observa que as últimas manifestações ocorreram contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que tratava sobre a Comissão da Verdade e os crimes cometidos durante a ditadura e em razão da passagem do Dia Internacional dos Direitos Humanos. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) teria reagido, nesta semana, dizendo que ele só não estupra a parlamentar porque ela "não merece". Ele repetiu ofensa dirigida à mesma deputada em 2003, quando os dois discutiram em um corredor da Câmara. Em seu discurso, Maria do Rosário, que foi ministra da Secretaria de Direitos Humanos, chamou a ditadura militar no Brasil (1964-1985) de "vergonha absoluta".
Na moção, os autores também ressaltam o histórico de ofensas do referido deputado contra a comunidade LGTB, pontuando, ainda, que o discurso de Bolsonaro agrediria mulheres diariamente e que as expressões utilizadas pelo parlamentar promoveriam a violência, ofendendo a cidadania e demonstrando simpatia a ditaduras. Outra observação dos autores recorda que o estupro foi uma forma recorrente de tortura utilizada contra as prisioneiras durante a ditadura militar.
Além dos próprios autores, se mostraram favoráveis à moção os parlamentares Arlindo Bandeira/PP, Edson da Rosa/PMDB, Felipe Gremelmaier/PMDB, Henrique da Silva/PCdoB, Kiko Girardi/PT, Rafael Bueno/PCdoB, Raimundo Bampi/PSB e Rodrigo Beltrão/PT.
Bueno apresentou números de estupros no Brasil. Nos últimos tempos, o total de mulheres vítimas desse crime, conforme o parlamentar, girou em torno de 50 mil/ano. No entendimento do vereador comunista, o deputado Bolsonaro fala muitas bobagens e presta um desserviço à população. Henrique Silva/PCdoB sugeriu que quem considera Bolsonaro certo deveria mandar flores ao deputado. No entendimento de Beltrão, quem votar contra a moção estará concordando com os posicionamentos de Bolsonaro. Gremelmaier e Bampi defenderam a moção, no entanto, acreditam que tanto Bolsonaro quanto Maria do Rosário não agiram adequadamente.
Na opinião do vereador Edson da Rosa/PMDB, a moção poderá fazer Bolsonaro repensar seus posicionamentos e palavras. "Como políticos, somos sim formadores de opinião", atentou o peemedebista.
Um dos autores da moção, Jaison Barbosa/PDT também alertou para a necessidade de saber o que falar nos espaços públicos, tendo em vista o respeito à democracia, considerada preciosa pelo pedetista. Conforme Jaison, o propósito da moção é despertar a reflexão. Também autora do texto, a vereadora Denise Pessôa/PT mostrou-se indignada com o fato de a Câmara Federal não se manifestar em contrariedade às posturas de Bolsonaro. "O lamentável é que a Comissão de Ética não faz nada. A maioria compõe um Parlamento machista que passa mão em falas como as de Bolsonaro. Cada vez que se tolera, vêm falas piores. Conviver com isso não é humano. Não podemos tolerar uma fala dessas de que uma deputada merece ou não ser estuprada. Ele é um representante público, eleito pela população e esse tipo de fala não colabora para paz no Brasil e viola a Declaração Universal dos Direitos Humanos", acusou Denise.
Outro autor da moção, o parlamentar Virgili Costa/PDT classifica como assustador o debate de hoje no Legislativo caxiense a respeito das posições de Bolsonaro. O pedetista considera o deputado um louco. "Estão tentando argumentar na defesa de um louco. Como defender um louco? Eu temo quando assisto a isso. Eu temo por um país com um deputado assim. Ele teve coragem de dizer que a tortura eficaz é uma arte. Poupe-nos disso", pediu Virgili Costa.
A proposição teve manifestação contrária do vereador Flávio Dias (PTB) que chegou a dizer ""Ele fala a verdade, doa a quem doer". Outro vereador que se posicionou contrário foi Guila Sebben (PP). O progressista informou que as discussões entre Bolsonaro e Maria do Rosário vêm de anos, desde um debate sobre a redução da maioridade penal. O que dá para entender da fala do vereador é que parece que são duas crianças, do ensino fundamental, que ficam se "inticando". Lamentável.
Veja abaixo como foi a votação de cada vereador:
ARLINDO BANDEIRA (PP) Sim
CLAIR DE LIMA GIRARDI (PT) Sim
DANIEL ANTONIO GUERRA (PRB) Não
DENISE DA SILVA PESSÔA (PT) Sim
EDI CARLOS PEREIRA DE SOUZA (PSB) Sim
EDSON DA ROSA (PMDB) Sim
FELIPE GREMELMAIER (PMDB) Sim
FLÁVIO GUIDO CASSINA (PTB) Não Votou
FLÁVIO SOARES DIAS (PTB) Não
GUILHERME GUILA SEBBEN (PP) Não
GUSTAVO LUIS TOIGO (PDT) Presidente
HENRIQUE SILVA (PCdoB) Sim
JAISON BARBOSA (PDT) Sim
JOÃO CARLOS VIRGILI COSTA (PDT) Sim
MAURO PEREIRA (PMDB) Não
NERI ANDRADE PEREIRA JUNIOR (SD) Não
PEDRO JUSTINO INCERTI (PDT) Não Votou
RAFAEL BUENO (PCdoB) Sim
RAIMUNDO BAMPI (PSB) Sim
RENATO DE OLIVEIRA NUNES (PRB) Não
RODRIGO MOREIRA BELTRÃO (PT) Sim
WASHINGTON STECANELA CERQUEIRA (PDT) Ausente
ZORAIDO DA SILVA (PTB) Não Votou
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