Calote de Sartori preocupa hospitais do interior

Os efeitos práticos do decreto do governador José Ivo Sartori (PMDB) que suspendeu, por seis meses, os pagamentos de débitos deixados pelo antecessor, já começam a aparecer. Desde o anúncio da medida estamos anunciando que a interrupção de serviços, principalmente da educação, segurança, obras e saúde pública são inevitáveis.


O alerta, dessa vez, parte do presidente da Federação das Santas Casas, Julio Matos, que afirma que os hospitais não tem como absorver o prejuízo caso o governo do estado não pague os valores atrasados.


O governo do estado liberou R$ 87 milhões para os hospitais, referente aos serviços prestados em dezembro. Entretanto não deu sinal de pagamento dos procedimentos realizados em outubro e novembro. O pagamento dos procedimentos sempre é feito um ou dois meses depois até que a documento cumpra os rituais dentro da estrutura do estado.

Para honrarem os compromissos do final de ano, os hospitais tomaram empréstimos de R$ 90 milhões no Banrisul contando receber pelos serviços já prestados. Matos já solicitou uma audiência com o secretário da saúde, João Gabbardo (PMDB) para expor a situação dos 245 hospitais filantrópicos do estado.

Todos os pagamentos que foram contingenciados pelo decreto do governador Sartori são avaliados pela Junta de Coordenação Orçamentária e Financeira (Juncof), que pode determinar o que é exceção à regra. Pelo que tem se visto, ultimamente, as exceções não tem sido para as áreas da saúde e segurança pública. Não se sabe, exatamente, quais os compromissos estão pagos pois o processo é isento de transparência, mas sabemos quais não estão sendo.

Além dos hospitais as prefeituras também reclamam do corte de recursos. Segundo o presidente da Famurs, Seger Menegaz, os débitos do governo do estado com as prefeituras somam R$ 208 milhões, só na área da saúde. O secretário havia se comprometido a pagar R$ 45 milhões na semana passada. Não o fez.

Foi adiado para o dia 23. Novamente não aconteceu.

Agora o valor não consta nem mais nos trâmites da secretaria da fazenda. O risco é grande de serviços serem suspensos em todo o interior do Rio Grande do Sul.

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