Mauro Pereira pode embaralhar a eleições de 2016

O vereador Mauro Pereira (PMDB) obteve licença, da Câmara de Vereadores, para assumir o cargo de deputado federal. Seu último dia na Câmara será na segunda-feria, dia 2. No dia 4 de fevereiro ele assume em Brasília.

A licença terá duração até que um dos deputados titulares do PMDB, Giovani Feltes ou Márcio Biolchi deixem o governo do Estado e voltem ao cargo que foram eleitos de deputado federal. Feltes é o Secretário da Fazenda. Biolchi é o Chefe da Casa Cívil. A não ser que haja um fato muito relevante os dois permanecerão até março de 2018, quando precisam sair do governo do estado para concorrerem a reeleição como deputados.

Mas o mandato de vereador acaba antes! Em 2016 Mauro Pereira terá que fazer uma escolha. Concorre à vereador e enfrenta uma situação surreal que se ele fosse eleito teria que se licenciar do cargo para continuar deputado, ou desiste da disputa.

Caso ele não concorra mais ao cargo de vereador, Mauro fica livre para brigar pelo seu sonho. Ser prefeito de Caxias do Sul. Na sua frente há dois obstáculos. O primeiro, e mais difícil de superar, é o atual prefeito, Alceu Barbosa Velho (PDT) que foi um vice fiel de José Ivo Sartori, por 8 anos, e espera a mesma retribuição do PMDB. Mauro não esconde que deseja que o partido tenha candidato próprio tentando, assim, criar um bunker peemedebista na Serra Gaúcha.

Essa alternativa acabaria rachando a aliança, que não é sólida pois é baseada apenas na oferta de cargos, dos 21 partidos que compõem a base do governo (metade deles são partidos de mentirinha, mas aí já é outra conversa). Com esse desmoronamento, o "quarto andar", estaria fadado ao fracasso. Ganhe quem ganhar não será um governo de continuidade. Além disso haverá a abertura para outras candidaturas se fortalecerem.

A outra alternativa de Mauro é disputar a indicação de vice. Para isso é necessário substituir seu colega de partido Antonio Feldmann. Feldmann teve dois primeiros anos de governo bastante ativo, mas se envolveu em muitas trapalhadas. Jantou com empresários que queriam o fim da balada segura, se envolveu em um imbróglio jurídico ao se recusar assumir a vacância do cargo de prefeito pois se o fizesse ficaria inelegível. Teve até que inventar uma viagem para o exterior para que não assumisse por ordem judicial. No final disso tudo ele renunciou a sua candidatura a deputado federal.

Da metade do ano passado para cá, Feldmann desapareceu! Ele sumiu das matérias da prefeitura, desapareceu da mídia. Ele já não tinha muitas funções. Parece que tem ainda menos.

A terceira opção, que não faz o estilo de Mauro Pereira, é deixar tudo quieto e se concentrar na sua reeleição para deputado federal. Tudo vai depender de como estará se desenvolvendo seu mandato. Aparecer na Câmara de Vereadores é bem mais fácil do que na Câmara dos Deputados. As bravatas que Mauro costuma fazer em Caxias não colam em Brasília (até por que tem gente com bem mais experiência em bravatas do que ele). Se o mandato não decolar ele precisará de mídia em 2016, para tem alguma chance de titularidade em 2018.

Esses movimentos todos podem embolar o processo sucessório da prefeitura de Caxias do Sul. Os dados foram lançados. Vamos aguardar os próximos movimentos. 

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