Primeiro ato do novo governo pós Kadafi: suspender o direito das mulheres
Enquanto as redes de tv e jornais do Brasil e do mundo anunciavam a morte de Muamar Kadafi, o discurso do novo líder da Líbia, Mustafá Abdeljalil, passou completamente desapercebido. Reproduzimos, abaixo, uma matéria feita pelo site mexicano Sinembargo. Divulgue, pois, notícias como essa você não encontrará em nenhum outro veículo de Caxias do Sul.
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Mulheres que lutaram para derrubar o regime de Kadafi podem perder direitos conquistados |
Antes de
por em marcha o processo democrático da nova Constituição, as declarações do
novo “homem forte” da Líbia, a favor da restauração da poligamia, disparou o
sinal de alerta em muitos setores do país, em especial entre as mulheres.
Em seus
discurso “inaugural”, o chefe do Conselho Nacional de Transição (CNT), Mustafá
Abdeljalil, anunciou no domingo, 23, que A Xaria (lei Islâmica) será a única
fonte de legislação do novo regime. O líder rebelde deu como exemplo a
possibilidade de um homem poder casar com até quatro mulheres, uma
possibilidade da religião muçulmana que Kadafi aceitava apenas com grandes
garantias para as esposas. “É revoltante constatar que milhares de líbios deram
sua vida para que, no primeiro discurso, a prioridade dos novos dirigentes seja
conceder ao homen várias mulheres”, protesta uma mulher líbia que pediu
anonimato, numa declaração a Agência France Press.
Al
Chater, fundador do Partido da Solidariedade Nacional (laico, de centro
direita), mostrou-se surpreso com o anúncio “precoce” de como será o novo
Estado líbio. “Com a anulação da lei de Kadafi sobre o matrimônio, a mulher que
se divorciar perderá o direito a moradia. Isso é uma catástrofe para as
mulheres líbias”, afirmou.
A
surpresa pelo anuncio da poligamia e a Xaria em seu primeiro discurso chegou as
capitais européias, principais aliados do movimento rebelde líbio. Na França,
primeiro aliado dos revolucionários, o governo não escondeu a surpresa frente
ao discurso de Abdelijalil. “Estaremos vigilantes no que diz respeito aos
direitos humanos, em particular a igualdade entre homens e mulheres, algo que a
França está profundamente vinculada”, disse o porta voz da presidência
francesa, Bernard Valero, em uma coletiva de imprensa.
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