Reforma Política: Câmara mantem coligações nas proporcionais mas cria cláusula de barreira
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Sessões tumultuadas essa semana |
Em uma nova rodada de votação a Câmara do Deputados manteve a
possibilidade de coligações partidárias nas eleições proporcionais
(vereadores e deputados) e criou uma cláusula de barreira para acesso a
tempo de tevê e rádio e fundo partidário.
A
sessão começou tumultuada, reflexo ainda da manobra regimental que
recolocou em votação o financiamento empresarial de campanha (veja aqui).
A intenção do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era votar o tempo de
mandatos e as coincidências das eleições. Acontece que uma emenda
aglutinativa do PSDB, que propunha isso, gerava uma situação surreal.
Como ela não estabelecia a duração do mandato dos Senadores, a Câmara
poderia estabelecer mandatos de 5 anos para prefeitos, vereadores,
governadores, deputados e presidente e o Senado estabelecer mandato de 8
anos para senador, o que acabaria impossibilitando a unificação das
eleições. Como havia um acordo que a Câmara não legislaria sobre o tempo
de mandato do Senado a emenda ficou confusa e foi retirada de pauta.
Resolvido
o primeiro impasse, entrou na pauta o tema das coligações proporcionais. Sua
inexistência beneficiaria muito os partidos maiores. Como o
sistema eleitoral proporcional foi mantido com apoio das bancadas pequenas, os
partidos maiores acabaram votando também para a manutenção das
coligações nas eleições proporcionais. A emenda foi rejeitada por 236
contrários contra 206 favoráveis.
Em seguida, os
deputados analisaram a proposta que estabelecia uma cláusula de barreira
para o acesso ao fundo partidário e para o tempo de propaganda
eleitoral gratuita. A proposta garante "o direito a recursos do fundo
partidário e de acesso gratuito ao rádio e à televisão, previsto no
parágrafo 3º deste artigo, é reservado exclusivamente aos partidos que
tenham concorrido com candidatos próprios à eleição geral para a Câmara
dos Deputados e tenham eleito pelo menos um representante para qualquer das
Casas do Congresso Nacional".
Dos 32 partidos
brasileiros apenas 4 não tem representação na Câmara ou no Senado. São
eles: PSTU, PCO, PPL e PCB. Dois partidos tem apenas um deputado: PRTB e
PSL. No final das contas a decisão muda muita pouca coisa.
A proposta foi aprovada com folga. Foram 369 votos favoráveis e 39 contrários.
Financiamento empresarial ainda vai render polêmica
Um
grupo de 63 deputados do PT, PCdoB, PSOL, PPS e PDT entraram com um
Mandado de Segurança no Supremo Tribunal Federal contra a manobra do
presidente da Câmara para aprovar o financiamento empresarial à
campanhas. Na sessão de quarta-feira, o deputado Eduardo Cunha
descumpriu acordo feito com líderes partidários e colocou em votação o
texto do relator Rodrigo Maia, após afirmar, na votação do dia anterior,
que ele estaria prejudicado.
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