Fórum Social Mundial Palestina Livre inicia no mesmo dia que a Palestina é elevada a status de Estado

Quase ao mesmo tempo que terminava a marcha de abertura do Fórum Social Mundial Palestina Livre, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, discursava na ONU pedindo o reconhecimento de sua nação. Por 138 votos favoráveis, 9 contrários e 41 abstenções a Palestina agora é reconhecida como Estado observador não membro. É um pequeno passo para o reconhecimento como o 194º país membro da ONU.

Porém são de pequenos passos que são construidas grandes mudanças, também. De Nova York a Porto Alegre o discurso de preconceito contra a soberania palestina começa a ruir. A Marcha de Abertura foi um sucesso. O público não foi tão grande como as outras edições do evento, mas foi significativo (a Brigada Militar estimou em 6 mil pessoas) pela representação de diversas entidades da sociedade cívil.

O medo que membros da direita israelense do Rio Grande do Sul tentaram espalhar pela mídia caiu por terra. Seu discurso só foi comprado por quem é signatário do ideal reacionário como o prefeito Fortunatti, a RBS e o Ministério Público que tentaram espalhar o medo e tentar inviabilizar o evento.

Durante todo o percurso dezenas de entidade manifestaram seu apoio a causa palestina e, principalmente, pelo fim do conflito que se arrasta a 65 anos pela região. O que chamou a atenção, nessa edição, foram as inúmeras palavras de ordem em inglês e em árabe, resultado da grande quantidade de entidades internacionais presentes.

Inúmeros cartazes pediam: "Free Palestine", “Embargo a Israel já!” e “Boicote ao Apartheid israelense”. Esse é, inclusive, um dos temas que ganharam grande espaço nas discussões do Fórum. Os ativitas pedem que o governo brasileiro, e de outros países, façam embargos econômicos e diplomáticos ao estado judeu até que Israel reconheça o Estado Palestino.

Essa é outra mudança de paradigma que vem se desenvolvendo na luta pelo reconhecimento de seu país. O governo palestino parou de ser visto como "cachorro de rua" e começou a ganhar adeptos a sua causa. Hoje são dezenas de países, entre eles o Brasil, que reconhecem a Palestina como país.

A turma do contra
Na votação nas Nações Unidas somente 9 países foram contra a moção. Estados Unidos, Israel, Canadá, Panamá, República Checa, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru e Palao foram contrários. Os Estados Unidos colocam-se, mais uma vez, como líder do conservadorismo. A existência do Estado de Israel, para os EUA, não é nenhuma questão humanitária ou de direito de um povo é apenas a garantia de um porto livre e amigo para garantir as incursões atrás dos ricos campos de petróleo do Oriente Médio.

Cabe, agora, a comunidade internacional continuar a pressão contra os Estados Unidos, único país que pode, e quer vetar, a elevação da Palestina como Estado Membro da ONU.

E o Fórum segue. Abaixo algumas fotos da marcha de abertura:








Fotos cedidas por Alexandre Masotti

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lei de Responsabilidade Fiscal, de Sartori, paralizará o Estado

Caso Paese já virou piada. Juiza ignora, agora, até a Ficha Limpa

Gravações do MP mostram que Jardel negociou 10 cargos para votar favorável ao aumento do ICMS