Pioneiro muda política de acesso aos conteúdos digitais

Em uma minúscula nota na página 3 do Pioneiro de hoje o editor chefe, Roberto Nielsen, informa aos leitores, pelo menos aos mais atentos, a nova política de acesso aos conteúdos digitais do jornal. "A partir deste mês, o site e os aplicativos do Pioneiro em tablets e smartphones terão restrições de acesso", informa Nielsen (veja reprodução ao lado).

Essas restrições de acesso significam que o conteúdo, total, do jornal só estará disponível para assinantes, a exemplo do que já faz a Zero Hora. Atualmente qualquer pessoa pode ler a "edição impressão" do jornal inclusive "folheando as páginas" em uma versão "animada". Com a nova política de acessos somente os assinantes terão esse direito.

Se seguir a mesma orientação da Zero Hora, e não teria por que ser diferente, somente as matérias que estiverem na capa do portal (a página inicial do http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/) serão visíveis para todos os usuários. Aí, geralmente, estão os resumos de algumas matérias, ou algo que saiu antes e será aprofundado no jornal do dia seguinte.

A atitude do grupo RBS, de fechar conteúdo, no nosso entender, que não será o mesmo entendimento da empresa, tem duas razões. A primeira é salvar o sistema de assinatura do jornal. Por que eu ainda iria assinar (pagando relativamente caro) por um jornal que eu posso ler pela internet? Bloqueando o acesso ao conteúdo você é obrigado a assinar a versão física para ter uma versão digital do mesmo jornal! Como não há preços diferenciados para as versões esse é um belo modelo de negócio.

A segunda é que dessa maneira é possível controlar qual conteúdo estará disponível. A escolha dos editores assuntos poderão ter leitura completa e outros não. Essas escolhas nem sempre são jornalísticas e seguem, sempre, as vontades da empresa. Notícias mais favoráveis a um determinado setor ou grupo podem ganhar liberação de acesso ou não. Isso restringe a circulação da informação.

Caminho semelhante, no Brasil só é adotado pela Folha de São Paulo. Pode ser um bom modelo de negócio, mas é péssimo para influência dentro da rede. Hoje o jornal com maior influência na internet brasileira é o Estadão que não tem conteúdo restrito.

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