Delator diz que Cunha pediu US$ 5 milhões em propina


A situação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), ficou extremamente delicada. O consultor Júlio Camargo, que prestava serviços às empresas Toyo Setal e Camargo Corrêa, contou a Justiça Federal, em depoimento, nessa quinta-feira (16) ter sido pressionado por Cunha a pagar US$ 10 milhões em propinas para viabilizar dois contratos de navios-sonda junto à Petrobras.

Júlio afirma que Cunha pediu, pessoalmente, em uma reunião US$ 5 milhões. Afirmou também que o presidente da Câmara mostrou agressividade durante o encontro e que teria dito que estava no "comando de 260 deputados". O valor era para que Cunha não atrapalhasse os negócios das empresas.

A reação de Cunha foi partir para o ataque. Além de chamar o delator de mentiroso, afirmou que retaliará o governo federal caso ele seja denunciado pelo Ministério Público Federal.

Em todo esse tempo de Lava Jato é uma das primeiras vezes que há uma declaração tão enfática acusando um dos envolvidos. Júlio não deu rodeios, foi direto. Pela reação de Cunha pode-se ter quase certeza que há muita verdade nas declarações do consultor.

Será que os 260 deputados que estão "sob o comando" de Cunha ficarão ao seu lado e farão chantagem contra as instituições da República para salvar seu "chefe"? Em agosto teremos a resposta.

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