Falta de táxis em Caxias prejudica população

A prefeitura revogou a licitação de 40 concessões públicas para novos táxis na cidade no final de junho e ainda não tem previsão da publicação de novo edital.

O certame foi questionado judicialmente por concorrentes. A Cenlic (Central de Licitações), mesmo antes da manifestação do judiciário, resolveu revogar o edital.

O edital apresentava critérios que direcionavam as novas concessões para determinadas categorias e estabelecia uma espécie de leilão das propostas. Cada concorrente teve que, a título de caução, depositar na conta da prefeitura R$ 3.500 reais. Foram mais de 100 concorrentes, em que a prefeitura teve consignado mais de R$ 350 mil reais. Com a revogação do edital, esses valores deverão ser devolvidos. A reclamação dos concorrentes é que a Cenlic informa que esses valores serão devolvidos em até 30 dias a partir de um requerimento padrão protocolado. Ou seja a velha burocracia.

Esse tema envolve pressões políticas. De um lado os atuais permissionários de táxi, que não querem que sejam abertas novas concessões para garantir reserva de mercado. Por outro lado os motoristas auxiliares que têm interesse em concorrer para as novas concessões e a população que sofre com atendimento precário desse serviço. A Prefeitura parece estar ao lado dos proprietários e da reserva de mercado desses, pois só abriu edital porque o Ministério Público apontou a falta de táxis na cidade.

Caxias do Sul conta com cerca de 400 taxis para uma população de 500 mil habitantes. Porto Alegre tem uma frota de 5 mil taxis, para uma população apoximada de 1,5 milhões de pessoas. Com esse paralelo percebe-se a defasagem desse tipo de transporte em Caxias do Sul.

Para uma cidade que tem o tempo instável, chuvoso e frio por boa parte do ano, esse tipo de transporte se torna por vezes indispensável. Nos pontos de táxis centrais da cidade e na rodoviária é comum formar filas e longos períodos de espera. Mais uma vez a população sofre por falta de gestão e por interesses escusos.

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